Na primeira
parte, eu falei sobre as perguntas chaves que toda pessoa precisa responder e
que qualquer religião ou cultura precisa oferecer para toda pessoa:
Quem sou
eu? De onde eu vim?
Quem é ou o que é Deus ? O que da origem e sentido a
vida?
Para onde
estou indo? Existe um destino para minha viagem?
O que estou
fazendo neste mundo? Qual o significado da vida neste mundo?
Qual é o
meu problema e qual é a solução? Por que existe tanto mal neste mundo?
Como eu sei
se existe o certo e o errado? Ou nada é errado?
Como eu sei
se algo é falso ou verdadeiro? Ou tudo é falso ou ilusão?
Estas são
as SETE QUESTÕES que todo ser humano precisa achar as respostas para explicar a
vida neste mundo.
As pessoas não tem uma cosmovisão coerente e
organizada.
Vimos
também que geralmente as pessoas tem uma visão de mundo muito eclética e desorganizada. Elas passam a ter quase
todas as cores e formas das filosofias, frases e pensamento que elas gostam,
mesmo que estes contradigam outros aspectos da filosofia de vida da pessoa.
Elas aglomeram e juntam as ideias de
varias fontes e tentam criar uma visão de mundo que seja coerente e as
satisfaz. No entanto ao examinarmos a visão do mundo estas pessoas, descobrimos
que as ideias são incompatíveis e contraditórias.
As
perguntas certas podem abrir portas para um ótimo dialogo. Durante a nossa
conversa poderemos apontar quais conceito de realidade são incoerentes e onde
esta faltando algo na vida da pessoa.
Cosmovisão
e religião são sinônimos. No centro de cada cosmovisão ou religião esta o
conceito daquilo que a pessoa considera real, ultimo, mais importante, a
perspectiva final da nossa existência. Os nossos valores e crenças crescerão a
partir da perspectiva da nossa existência.
A grande
verdade é que 99% das pessoas nunca pensaram nisso. Elas simplesmente vivem
suas vidas e vão se adaptando, mudando conceitos, valores etc conforme as necessidades.
Tudo isso é um reflexo da cosmovisão da pessoa. Quem expressou muito bem esta
cosmovisão foi o filosofo e pregador RAUL SEIXAS:
“É chato chegar a um objetivo num instante
Eu quero viver nessa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre
tudo
Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei quem sou”
Sera que o
Raul Seixas tinha uma cosmovisão consistente e sem contradições?
Quando
começamos a estimular o pensamento critico das pessoas, elas verão que grande
parte das suas crenças e dos seus valores não fazem sentido e a falta de
claridade dos seus valores se tornam evidentes.
Toda
religião ira tentar responder a estas sete questões. Todo ser humano precisa
ter estas questões respondidas para desfrutar de equilíbrio, sossego e paz da
alma, da consciência e das emoções. Quando existe dissonância e contradições na
nossa cosmovisão então haverá falta de equilíbrio e falta de paz na vida. Por
que? Porque uma destas questões sobre a vida ficou sem ter uma boa resposta.
Primeira grande pergunta.
Quem sou
EU e de onde eu vim e para onde eu vou?
Na antropologia esta pergunta é
classificada como os “mitos de criação, poderes e destino”. O que os antropologistas esta querendo dizer é:
“QUAL é a sua EXPLICAÇÃO para a realidade?” Como e de onde a realidade surgiu?
Vamos
concentrar na primeira parte da questão: QUEM
SOU EU? Toda cultura, religião ou cosmovisão procura dar uma explicação
para a EXISTÊNCIA humana. Veremos como as QUATRO prevalentes explicações sobre
a realidade são respondidas:
Como um
ATEU ou SECULARISTA, HUMANISTA ou NATURALISTA responderia esta pergunta?
Eu sou o produto da evolução. O acaso é DEUS. Eu vim a existência por
causa da combinação certa de fatores que o “acaso” juntou. Eu sou o produto da
mistura acidental de alguns componentes químicos que se misturaram por acaso.
Depois de milhões de anos, esta ameba que nasceu na lama, cresceu, se
multiplicou por pura casualidade, se desenvolveu em varias formas de vida, que
se evoluíram e depois de um longo processo de evolução, eu virei um macaco e
este macaco virou um ser humano. Eu sou o mais avançado animal da cadeia
alimentar, mas somente sou um animal como qualquer outro. Sai da lama e para as
larvas voltarei. Eu crio a minha própria realidade. Hoje eu vivo para passar a
herança genética que eu recebi dos meus antepassados, pois EU SOU DEUS para mim
mesmo.
Como um
BUDISTA responderia a esta pergunta?
Eu vim a existência através da AVIDIA ou IGNORÂNCIA. Por
que “eu existo eu não sou”. Eu não vejo a realidade porque eu sou ignorante
sobre a realidade. As minhas ideias ofuscam a minha visão da verdade. Ou seja,
o mundo que você ve, na verdade não existe, ele é irreal. A ideia de SER é
então inferior, pois o meu objetivo é NÃO SER. A ideia de SER não tem a menor
importância, pois o que importa para mim é DEIXAR DE SER, é alcançar o VAZIO (SHUNIATA). A “ignorância” (avidia) da verdadeira
natureza da realidade é portanto o que nos impede de experimentar “vazio” (shuniata) como a verdadeira
expressão da realidade. O mundo é uma ilusão, e o meu objetivo é me “despertar da ilusão deste mundo”. O mundo
não se originou da criação de nenhum DEUS, mas por causa da nossa ignorância da
realidade.
Como um
MUÇULMANO responderia a esta pergunta?
Eu sou uma criatura humilde criado a partir de uma
NUTFAH, ou seja, na combinação de dois fluidos impuros que se tornou um ser
humano. Por isso o ser humano deve ser humilde, pois veio a existência a partir
desta mistura humilde que aconteceu por causa da vontade e criação divina. Mas
Allah não me criou na sua IMAGEM como os Cristãos ensinam. Eu somente fui
criado para ser um SERVO de Allah
que o obedece e não o questiona em nada que ele revelou ao seu profeta
Mohammed. Eu não sou nem filho ou filha de Allah porque Allah não tem filhos e
nada pode ser associado a Ele. Eu surgi por causa do poder criador de Allah e
estou aqui somente para ser testado por Ele, esperando que Ele me considerara
um servo digno da sua misericórdia e me recompensara com o Paraiso.
Como um
CRISTÃO EVANGÉLICO responderia esta pergunta?
Eu sou uma criação especial de Deus, um ser eterno que trouxe o universo
a existência por causa do amor, desenho, plano e poder. Ele me criou para que
eu possa expressar a sua IMAGEM e SEMELHANÇA na minha existência. Deus me criou
diferente do resto da criação e dos animais, eu tenho dignidade e significado
na vida. Deus o meu criador me fez na sua imagem e semelhança para que eu tenha
RELACIONAMENTO com o Criador e CONHEÇA pessoalmente ao meu Criador. Deus me
criou para que eu possa experimentar a sua bondade, amor e companhia.
Vocês
percebem as diferenças de respostas para a pergunta de QUEM SOU EU neste
universo? Qual resposta lhes parece a mais interessante? Qual resposta responde
aos anseios do coração humano e que esta mais próximo a realidade ultima?
Lembrem-se
que IDEIAS tem consequências, então estas ideias sobre a nossa origem irão
afetar muito no nosso comportamento diário.
Consequências
da mentalidade (maneira de pensar) para o evolucionista
e ateísta:
Eles percebem que ao afirmarem que o ser humano veio do “acaso” saiu da
lama e voltara para os “vermes” e que não ha nada na vida além de se
reproduzir, estar no topo da cadeia alimentar e morrer (deixar de existir),
isso os deixa em um lugar muito baixo e insignificante no universo. A falta de
um “legislador” no universo deixa o ateu em uma situação onde tudo se torna permitido
e eles não tem razão logica para dizer que algo é certo ou errado. A decadência
moral se torna normal. Por esta razão frequentemente alguns tentam JUNTAR a
teoria da evolução com a da criação (Evolucionista
Teísta) para dar um pouco de dignidade a existência humana.
Consequências
da mentalidade (maneira de pensar) para o Muçulmano:
A ideia de ser adotado por Deus na sua família e de se ter um
relacionamento pessoal com o nosso criador e conhece-lo de forma pessoal é HARAM no Islam. No Islam é impossível conhecer
a Deus pois ele somente revelou a sua “VONTADE” e não a si mesmo. Allah não
pode entrar na esfera humana, ele não pode se relacionar com o ser humano. Tudo
o que ele demanda é obediência aos seus profetas e especialmente a Mohammed. O
muçulmano é um órfão espiritual. Ele não tem ninguém a quem possa chamar de
“PAI” e se relacionar de forma intima. Mohammed teve que tomar o lugar de Deus
e os Santos Islâmicos receberam um segundo lugar nos corações dos muçulmanos. Por
esta razão, os SUFIS (movimento místico
no Islam) quebraram com a tradição Islâmica. Eles procuram “experimentar a
presença de Allah” e começaram a adotar uma mistura de praticas bizarras
com praticas cristãs nas suas cerimonias. O SUFI não é considerado
muçulmano pela maioria das comunidades Islâmicas ao redor do mundo.
Eu vou
deixar para vocês me responderem quais são as:
Consequências
da mentalidade (maneira de pensar) para o Budista?
e
Consequências
da mentalidade (maneira de pensar) para o Cristão?
Um grande abraço
Rafik
exeletente post
ResponderExcluirA mentalidade de um budista resulta em uma semi eterna roda de sofrimento, em que as pessoas ficam neste mundo de dor e desespero a fim de "evoluir" ante a vida passada e, assim, escapar dessa roda, mesmo sem qualquer consciência de como fazer isso, já que não se pode evoluir quando não se sabe o quê evoluir, já que o budista não traz nenhum conhecimento de suas vidas passadas.
ResponderExcluirAbraço!
Abraço
Acredito que a mentalidade budista, leva a uma situação parecida com a do ateu. Se isto que vivemos não é real, então nenhumas das ações que tomamos teria consequencia real. Se tudo é ilusão, então até mesmo a morte seria uma ilusão, nunca teriamos morrido, se não há realidade alguma ao nosso redor, então não há pecado, se não há pecado, não há erro, nem mesmo acerto. Matar, roubar, destruir, nada disso é alguma coisa, pois seriam meras ilusões da nossa ignorância em não ser. ( uma vez vi um ateu falando algo parecido sobre isto também)
ResponderExcluirPorém se tudo é nada e nada é tudo, então nada importa, para que se importar em deixar de ser como eles almejam tanto?